Linha Cruzada Cia de dança

A Cia de dança e Performance, sob a direção geral e coreografia de Anderson Bandieri, nascida em setembro de 2014, localizada no Grajaú, zona sul de São Paulo. Seu interesse está na criação de vocabulário através da relação das danças de Manifestação Popular Brasileira com algumas estratégias de composição da Dança Contemporânea.

E-mail: linhacruzadacia@hotmail.com

Telefone Público: (11) 98276-8544

Endereço: CEU Três Lagos. Estrada do Barro Branco, s/n. Jardim Três Corações. São Paulo-SP

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Descrição

A Linha Cruzada Cia de dança, sob a direção geral e artística de Andrus Santana, é uma companhia voltada a pesquisa nas linguagens de Dança e Performance. Iniciou suas atividades em setembro de 2014 e localiza-se no distrito do Grajaú, zona sul da cidade de São Paulo. Seu atual interesse está na criação de vocabulário através da relação das Manifestações Populares Brasileiras com algumas estratégias de composição da Dança Contemporânea.

O surgimento da Cia Linha Cruzada se deu através da fragmentação da Cia Palha de Rede, formado pela codireção dos bailarinos Andrus Santana, Cris Rosa, Marli Damasceno e Sabrina Minervina, grupo fundado no segundo semestre de 2010, localizado no distrito do Grajaú, ocupando as dependências do CEU Vila Rubi. O interesse da Cia Palha de Rede está em investigar o vocabulário das Danças Populares Brasileiras, centrado na exploração das “três raças” (negro, branco e índio), com o qual organizaram o espetáculo Terra Cafuza (2011).

Durante a realização e coordenação de alguns exercícios de composição coreográficos no ano de 2014, um dos então codiretores da Cia Palha de Rede, Andrus Santana, iniciou uma exploração verticalizando o uso do vocabulário do Frevo, emergindo um modo diferente de organizar a coreografia. Por cerca de seis meses se estenderam os testes coreográficos dentro da Companhia, culminando no desejo da fundação de um novo grupo que mantivesse o interesse nas Manifestações Populares, mas que enveredasse a exploração para a Dança Contemporânea.

Deste modo, nasce a Linha Cruzada Cia de dança, companhia atualmente localizada no CEU Três Lagos, composta por três integrantes, Andrus Santana (Diretor Geral, Coreógrafo e Bailarino), Tatuz Costa (Produtora e Bailarina) e Ju Bernardo (Cenógrafa, Figurinista e Bailarina).

A palavra composta linha cruzada é sinônimo de paradiafonia, ou seja, a “mistura de conversas na origem de dois circuitos telefônicos” (FERREIRA, 1999, p. 1494), ou, como melhor explicam Houaiss e Villar (2009, p. 1184), uma “confusão de conversas”. A linha cruzada ocorre quando um dos fios ou dois fios telefônicos estão desgastados ou descascados em algum ponto e cruzam-se, bem como através de um curto-circuito entre em algum dos fios, fazendo com que ocorra o efeito de paradiafonia.

Linha cruzada é, também, um “ritual que tem influências cruzadas de duas ou mais origens” (HOUAISS, VILLAR, loc. cit.). Desta forma, a ideia de cruzamento de conversas, curto-circuito de linguagens e até o elemento performático de ritual e êxtase podem se associar ao pensamento da companhia, todavia, trazendo o caráter urbano de uma conversa cruzada por linhas telefônicas.

As conversas que se tramam na Companhia são, justamente, as linguagens de Dança Contemporânea, de Manifestação Popular Brasileira e de Performance, fazendo com que apresente um caráter transdisciplinar na construção do seu vocabulário. Nasce assim, o desejo de desvendar algumas questões: O que nasce do cruzamento de duas ou mais linguagens? As linguagens conseguem se intercomunicar ou causam curto-circuito? Descascar os fios é a melhor estratégia para haver comunicação? O desgaste do uso de uma linguagem pode causar a sua comunicação com outras?

O nome da Cia também revela o desejo de manter uma antiga relação com o grupo fundador, Cia Palha de Rede, trazendo a ideia de “rede” e de “comunicação” em seu bojo.

Desde sua antiga formação, a Cia vem oferecendo cursos gratuitos de dança na zona sul da cidade de São Paulo, como CEU Vila Rubi, CEU Três Lagos e Fábrica de Criatividade do Capão Redondo, abrindo espaço para o fomento a novos bailarinos na região. Por conta disso, a busca da Companhia também está na organização de uma metodologia de ensino e complexificação do vocabulário das Danças Populares Brasileiras, através da criação e adaptação de exercícios presentes nos métodos de Educação Somática e Pilates para a conscientização do movimento, fortalecimento muscular, ampliação da flexibilidade e coordenação motora.

Em setembro de 2014 o Diretor da Cia é fomentado pela 1ª edição do projeto Agente Comunitário de Cultura, com o qual tem dado encaminhamento ao trabalho chamado café com leite, um solo de Andrus Santana, que vem sendo esboçado desde o primeiro semestre de 2012 e que integra a primeira parte de uma trilogia de trabalhos intitulada via láctea.

Deste modo, a Cia abre espaço para as futuras montagens e pesquisas dos trabalhos lactofobia e leite derramado. A ideia da trilogia se desenhou sob a orientação dos professores Gaby Imparato, Vera Sala, Otávio Donasci e Samira Borovick através das aulas de Performance e de Laboratório de Criação, ministradas no curso de bacharelado em Comunicação das Artes do Corpo, sendo posteriormente desenvolvidas com o auxílio dos membros da Cia Palha de Rede durante os anos de 2013 e 2014.

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FERREIRA, Aurélio B. de H. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

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Publicado por

Andrus Santana

Graduando em Comunicação das Artes do Corpo pela PUC-SP (2011-2015) nas linhas de formação em Dança e Performance. Diretor Geral e Coreógrafo da Linha Cruzada Cia de dança (2014). Atual bailarino da Cia Treme Terra (2014). Bailarino e pesquisador de Manifestações Populares Brasileiras, Dança Negra e Dança Contemporânea. Busca problematizar questões sobre Gênero, Brasilidade e Negritude.