Batucada Tamarindo

Os chamados “Terreiros” têm uma grande importância nas manifestações culturais populares do Brasil, pois eles nos remetem à religiosidade e ao profano, lugar onde conseguimos ultrapassar o tempo/espaço para nos assegurar e validar nossa ligação ao imaginário e à ancestralidade.

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Descrição

A diversidade da música percussiva brasileira nos tambores da
Batucada Tamarindo

O ano era 2006, quando eram constantes as festas na casa de Arlete Alves e Márcio Monjolo, irmão de Maurício, e que também integrou a formação inicial do grupo. Nestas festas, o tambor
“comia” solto, fazendo inevitavelmente a alegria de quem lá estava. “A gente precisava de um grupo que representasse a pegada das festas de quintal e que pudesse chegar a mais pessoas e lugares”, conta Badé.
Os chamados “Terreiros” têm uma grande importância nas manifestações culturais populares do
Brasil, pois eles nos remetem à religiosidade e ao profano, lugar onde conseguimos ultrapassar o tempo/espaço para nos assegurar e validar nossa ligação ao imaginário e à ancestralidade. Após essas brincadeiras no terreiro, passamos a nos encontrar semanalmente, assim cada integrante,
com sua experiência musical, compartilha saberes ímpares, nos tornando únicos. Integrar a Batucada Tamarindo não é simplesmente tocar, mas sim fazer um ato político que visa a melhoria de uma sociedade, que se torne mais justa e honesta com seus pares.
Essa práxis do tocar semanalmente nos levou a trabalhar nas aulas de dança do professor e coreógrafo Irineu Nogueira, que formou o grupo Abiêie e convidou Maurício Badé para fazer a
direção musical do grupo.
Ao longo do processo, fomos sentindo a necessidade de estruturar mais o trabalho. Assim, Irineu e Badé criaram o nome “Batucada Tamarindo”.
Passados 12 anos de estrada, conseguimos conceber a gravação do nosso primeiro disco em vinil, no qual trazemos arranjos percussivos fortes, cantos e cordas.
O repertório da Batucada traz composições autorais, canções de domínio público e vem com participações especiais de Webster Santos, Lenna Bahule e Yalorixá Genilce dos Santos (Mãe Gê).
Hoje a Batucada Tamarindo é composta pela baixista Aimê Uehara e cinco percussionistas: Alysson Bruno, Abuhl Júnior, Mestre Nico, Maurício Badé e Ilker Ezaki.
Sabemos do enorme desafio diário em manter-nos vivos e ativos nos tempos atuais, por sermos um grupo que tem como premissa a musicalidade Afro-brasileira e suas bifurcações, mas isso é o
que nos mantém na caminhada com o foco de enaltecer esta musicalidade sem perder a gênese da Batucada Tamarindo.

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