Grupo do Trecho

Fundado em 2007, o Grupo do Trecho possui uma pesquisa interdisciplinar (teatro, dança, performance, escrita, artes visuais, sociologia) a partir da qual estabelece processos relacionais de criação artística em contextos específicos, historicamente invisibilizados a partir de mecanismos de manutenção da sociedade de classes estratificada.

E-mail: grupodotrecho@gmail.com

Descrição

Seu último trabalho, "contaminações | escambo de ficções (auto)políticas low tech", contemplado pelo ProAC Artes Integradas 2015, se deu na relação com o Sistema Carcerário de SP, tendo como locação principal a Penitenciária Feminina de Santana, onde o Grupo ministrou aulas de arte contemporânea e oficina de produção de texto para 6 detentas, que se tornaram autoras do livro "Ponto Cego ou as vozes inaudíveis" e dos trabalhos da exposição homônima. A pesquisa resultou ainda na série de postais "Ponto Cego ou não é permitido virar o rosto", criada a partir de uma viagem-performance por todas as penitenciárias do estado. A palestra-performance "Ponto Cego ou estilhaços alojados entre a virilha" reúne o mosaico contraditório de toda a experiência vivenciada durante o projeto "contaminações" - a Penitenciária Feminina de Santana; a viagem pelas 83 penitenciárias; treinamento de boxe e curso de tiro - através da narrativa das próprias artistas, seguida de debate e distribuição dos livros e postais da série Ponto Cego.

Em 2010, o Grupo realizou o "Projeto Ausências", contemplado pelo Programa VAI da SMC de São Paulo, uma pesquisa artístico-pedagógica dentro e fora da Penitenciária Feminina do Butantã. Foram realizadas ações performáticas em São Paulo/SP a partir do um Laboratório Interdisciplinar que era realizado com as detentas, e que culminou na apresentação do espetáculo A Casa de Bernarda Alba, Km 19,5, realizado por elas. Outras ações do projeto foram o evento Projeto Ausências cria a partir da Prisão - debate público realizado no Parque da Juventude em memória aos 18 anos do massacre no Carandiru; e a publicação da Revista No Trecho III.

No ano anterior, o projeto "Contos de Lua no Chão" (2009), foi desenvolvido na região da cracolândia e Largo de Santa Cecília em São Paulo/SP, contemplado pelo ProAC Produção de espetáculo inédito e temporada de teatro. Algumas ações foram as performances Cegas, Marionete, Florival, Casais Invertidos e Andrômeda; a oficina intensiva "Experimentação de Práticas Poéticas Urbanas"; os "Encontros Abertos com Luiz Fuganti"; e a publicação da Revista No Trecho II. O espetáculo teve temporada no Largo de Santa Cecília (set/2009) e circulação em Campinas, Tietê, Aparecida do Norte, Ubatuba e Araras (out-nov/2009). O trabalho recebeu os Prêmios CPT 2009 Melhor Espetáculo de Rua e Grupo Revelação.

O projeto "Sapato Sujo na Soleira da Porta" (2007-2008), foi desenvolvido em albergues públicos nas cidades de Campinas/SP e São Paulo/SP, com o apoio do Programa VAI da SMC de São Paulo. Foram realizadas aulas de teatro e artes plásticas para os albergados, que tornaram-se integrantes do espetáculo em sua segunda temporada. Outras ações foram a série de performances Figuras entre a ficção e a realidade e a publicação da Revista No Trecho I. As temporadas aconteceram em Campinas (dez/2007) e São Paulo (dez/2008).
evento entre e Baixar Planilha

Publicado por

Nadia Recioli

Artista, permacultora e doula. Atua no Grupo do Trecho, coletivo artístico interdisciplinar e é coordenadora pedagógica no Coletivo PermaSampa.