Cia. Teatro do Incêndio

O Teatro do Incêndio é um coletivo de 24 anos de existência com atividade teatral ininterrupta, engajado na formação de público por meio de espetáculos que buscam um debate social e estético, pertinente aos nossos tempos. Mantém ainda projetos de formação e preservação da memória como ações permanentes do grupo.

Site: http://www.teatrodoincendio.com/

E-mail: teatrodoincendio@hotmail.com

Telefone Público: (11) 2609-8561

Endereço: Rua Treze de Maio, 48 , Bela Vista, 01327-000, São Paulo, SP

CEP: 01327-000

Logradouro: Rua Treze de Maio

Número: 48

Complemento: Esq. com a Rua Santo Antonio, 989

Bairro: Bela Vista

Município: São Paulo

Estado: SP

Descrição

O Teatro do Incêndio nasceu em 1996, com a estreia de “Baal – O Mito da Carne”, de Bertolt Brecht, em uma antiga fundição de ferro no bairro de Pinheiros em São Paulo. A peça cumpriu uma história de 2 anos, com temporadas no Teatro Oficina, Oficina Cultural Oswald de Andrade e apresentações em 10 unidades do Sesc pelo interior e Sesc Vila Mariana. Em 2014 é considerado Patrimônio Imaterial da cidade de São Paulo pelo CONPRESP ao lado de outros teatros independentes por “suas atividades de valor cultural referencial para a construção da identidade paulistana.”.
O grupo chegou em 2024 aos 28 anos de atividade ininterruptas e prepara um repertório de suas peças para seus 30 anos em 2026. Até aqui foram 29 espetáculos, 10 anos de projetos formativos como vivência artística, aproximadamente 30 rodas de conversa com mestres e mestras da cultura brasileira, encontros de trocas com dezenas de coletivos em projetos de residência artística, construção de 4 sedes, projeto de vivência artística para jovens artistas entre 18 e 29 anos e projetos sociais acolhendo crianças e adolescentes (projeto Sol.te), instrumentalização técnica para iluminação em cursos gratuitos (Projeto Iluminar) e distribuições de cestas básicas para famílias do Bixiga, especialmente na Pandemia. Todas essas atividades sempre aconteceram ligadas a principal atividade da companhia, a teatral. Essa história rendeu ao grupo a indicação ao Prêmio Governador do Estado no ano de 2018.
Em sua primeira formação, foi batizado de Teatroaostragos (como um “Canto do Bode”) e mudou seu nome para a encenação de “Beatriz Cenci” (“Les Cenci”), de Antonin Artaud, em 2000, na Funarte, em homenagem a trilogia de Roger Vitrac, companheiro de Artaud no Teatro Alfred Jarry. O grupo tem como característica o mergulho em linguagens diversificadas e vanguardas históricas, construídas ao longo de 20 anos de experimentações, sempre tendo como objetivo um estudo do ser humano encarcerado na engrenagem de uma civilização esquizofrênica, mantendo seu enfoque no cidadão afetado por valores artificiais criados pela sociedade.
Em sua trajetória, que completou 28 anos em 2024, procurou dar voz a autores como Jean Genet (“O Balcão” – TBC, 1997), Bertolt Brecht, (A Boa Alma de Setsuan – Teatro Sérgio Cardoso, 2005, “Na Selva das Cidades” – Funarte, 2009 e “Baal – O Mito da Carne”), Antonin Artaud (“Beatriz Cenci - Funarte, 2000”), Marquês de Sade ( A Filosofia na Alcova – Funarte, 1999), Friedrich Von Schiller (“Joana D’Arc – A Virgem de Orleans” – Bibi Ferreira, 2011), Zeno Wilde (“Anjos de Guarda” – TBC, 2001), além de peças de autoria própria, buscando sempre uma filosofia social capaz de estimular o pensamento divergente e despertar a atitude no espectador. Suas peças buscam a síntese do momento social, numa espécie de criação nômade, abrangendo mais de uma linguagem ao mesmo tempo e tendo a música ao vivo composta especialmente ou emprestada e relida como aliada importante nessa composição de ideias.
Desde 2009, o grupo passou a investir na formação e no exercício da vocação de jovens artistas, formando atores, iluminadores e técnicos em várias funções, tornando-se autossuficiente desde a área de produção até a sonoplastia. Esse movimento se viu fortalecido em 2011, após ser contemplado pela primeira vez pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, em sua 18ª edição, com o projeto “São Paulo: Cidade Surrealista”. O projeto contou com parceria do Museu da Língua Portuguesa para promover um curso sobre surrealismo conduzido pelo parceiro e orientador teórico do Coletivo, o poeta, ensaista e tradutor Claudio Willer (02/12/1940 – 13/01/2023), que culminou em dois espetáculos no ano de 2012, reabrindo a casa noturna Madame Satã e permanecendo em cartaz por 10 meses com “São Paulo Surrealista” e "São Paulo Surrealista 2 – A Poesia Feita Espuma”. Os espetáculos tiveram mais de 180 apresentações em 3 temporadas e apresentações no interior, Sesc Piracicaba e outras cidades, além de ter tido em seu elenco 27 jovens oriundos de oficinas de treinamento do grupo na Oficina Oswald de Andrade por meio de ocupação artística do espaço. Ainda dentro do projeto realizou um ciclo de leituras de textos surrealistas na Funarte de onde surgiram duas montagens dos textos de Rene de Obaldia, “A Baby Sitter” (Sesc Pinheiros, 2013) e “Fim de Curso” (Teatro do Incêndio, 2013 e Sesc Piracicaba, 2014), traduzidas especialmente para o grupo por Clara Carvalho e Claudio Willer, respectivamente.
A partir da experiência formativa iniciada nesse processo, o Teatro do Incêndio propôs abrir vagas para jovens artistas acompanharem o processo de criação. Esse processo de “Vivência Artística” se tornou um projeto permanente, permitindo que atrizes atores e técnicos pudessem ingressar no grupo para um período de aprimoramento ou passar a ser parte do corpo artístico do teatro. Ao lado das oficinas do Projeto “Sol-te” que atende de crianças de 6 a 11 anos e adolescentes de 12 a 17, essa vivência proposta pelo Teatro do Incêndio para jovens artistas de 18 a 29 anos tem como objetivo permitir o exercício da vocação. Participando das atividades do grupo desde administração e produção, passando pelas áreas técnicas como sonoplastia e iluminação, jovens passam por uma entrevista/seleção para participar no treinamento do grupo junto a artistas do Teatro do Incêndio.
Em 2013, o Coletivo inaugurou a sua primeira sede na rua Santo Antônio, no Bixiga, mudando-se para a rua da Consolação em 2014, depois na rua Treze de Maio, no Bixiga. Em 2014 realizou o espetáculo “O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica”, (Teatro do Incêndio), experimento dedicado a memória da música brasileira, mesclando linguagens teatrais diversas como expressionismo, realismo e dadaísmo. Muito bem recebido pelo público de todas as idades, o espetáculo produzido com o apoio da sociedade civil através de uma plataforma online de financiamento coletivo, terminava na calçada da Rua da Consolação, 1219. Em 2015 estreia a peça “Pano de Boca”, de Fauzi Arap, recriando cenários e figurinos idealizados por Flavio Império para a montagem dirigida pelo autor em 1976. O Espetáculo contemplado pelo PROAC Editais 08/2014 e também pela 26ª edição do Programa de Fomento ao Teatro, inaugurou uma nova sede no Bixiga. Tal espetáculo fez parte do evento "Panorama: Teatro do Incêndio" promovido pelo Sesc Bom Retiro.
Como desdobramento natural de seu trabalho de pesquisa na linha do tempo, a partir do Projeto “A Teoria do Brasil” que resultou no espetáculo “O Santo Dialético”, em 2016, o grupo voltou seu olhar profundamente para um estudo sobre a formação do povo brasileiro. A obra aponta os caminhos do coletivo para um estudo da ancestralidade brasileira e um questionamento profundo da identidade e formação de nossa gente presente no cotidiano e questionando o que sobrou de nós diante do massacre de nossa essência.
Em 2017 o Teatro do Incêndio se instala em sua sede própria, um casarão histórico na entrada do Bixiga (Rua Treze de Maio com Santo Antônio) que abrigou a Boate Igrejinha, onde Maysa fez seu último show em vida, e onde posteriormente funcionou o Café Soçaite, reduto da boêmia paulistana e o Boteco do Samba de Almir Guineto. Localizada no bairro do Bixiga, em São Paulo, sede do grupo é uma casa histórica de características europeias, datada de 1905. Esta construção centenária carrega consigo não apenas a arquitetura característica da época, mas também uma rica história que se entrelaça com o desenvolvimento cultural e social de um dos bairros mais icônicos da cidade. Sob a liderança de seu fundador, Marcelo Marcus Fonseca, o Teatro do Incêndio tornou-se um importante centro de produção cultural em São Paulo e suas montagens dialogam com temas sociais relevantes, explorando a identidade e a cultura brasileiras de maneira visceral e poética. A escolha do Bixiga como sede do teatro não foi por acaso; o bairro, com sua rica história cultural e espírito comunitário, oferecia o ambiente perfeito para o desenvolvimento das atividades do grupo.
A casa, então, foi adaptada para atender às necessidades de um espaço cultural, mantendo, no entanto, a maior parte de sua estrutura original. Essa harmonização entre o passado e o presente é visível na preservação dos detalhes arquitetônicos do imóvel, que convivem com as instalações modernas necessárias para a realização de espetáculos teatrais. O edifício de 1905 continua a ser um símbolo de resistência cultural e de valorização da memória histórica do bairro. Ao ocupar essa casa centenária, não apenas preserva um pedaço importante da história arquitetônica de São Paulo, mas também reinventa seu uso, transformando-o em um espaço vibrante de criação artística e diálogo social
O público do espaço do Teatro do Incêndio vai muito além dos espectadores de peças, mesmo procurando permanecer o maior tempo possível com uma programação própria durante grande parte do ano. Entendemos como público todo participante de atividades diárias, oficinas, palestras, rodas de conversa, ensaios ou visitantes esporádicos durante o dia.
Desde a inauguração da sede na rua 13 de Maio passaram pelo espaço alunos de doze edições do projeto “Sol-Te”, alunos do projeto “Iluminar”, participantes de 8 palestras do projeto “A Teoria do Brasil”, 16 rodas de conversa do projeto “A Gente Submersa”, rodas de conserva com mestres do Carnaval no projeto “Ave, Bixiga!”, encontros de experimentação e apresentação pública com os grupos Redimunho, Cia. da Revista, Cia. Mungunzá, Desvio Coletivo e Grupo Gattu, 5 rodas de conversa e 5 oficinas do projeto “Terra Mestiça”, 4 espetáculos convidados dos grupos Teatro da Neura e Opereta, Suzano e Poá, artistas dos grupos CTI, Má Companhia Provoca, Sankofa, Teatro Enlatado, Cia. Nova de Teatro e pequenos grupos em formação, com espaço cedido para um período de ensaios, além dos 7 espetáculos realizados pelo Teatro do Incêndio entre julho de 2015 até a presente data, sendo 6 deles inéditos. Também um período de treinamento foi aberto para interessados em geral uma vez por semana, recebendo atores e dançarinos curiosos de nosso processo. O grupo trabalha para que a relação com a coletividade se dê muito além do palco, criando conexões, nas quais temos nos empenhado durante 7 dias por semana com as portas abertas para a rua, nos revezando na portaria e comunicação. Também cumpriram residência artística de 4 meses cada um os coletivos Estelar de Teatro, Cia. Arthur-Arnaldo, Catraca do Riso, Núcleo Corpo a Corpo do Teatro X, Girandolá e Teatro Silva, nos períodos matutino e vespertino.

O Projeto “A Gente Submersa” em 2017/2018, contemplado pela 29ª edição do Programa de Fomento ao Teatro, deu sequência a esse estudo produzindo dois espetáculos inéditos com base na Cultura Popular Tradicional, ampliando seu olhar também para o sertanejo, ao lado de indígenas e quilombolas. Foram realizadas nesse projeto 16 rodas de conversa com mestres da cultura popular. Durante esse período, o grupo recebeu para rodas de conversa Dona Maria Esther, do Samba de Bumbo de Pirapora em sua última apresentação em vida, Mestre Jefinho do Jongo, Dona Anicede Toledo, Samba de Bumbo de Cururuquara, entre outros mestres e mestras da cultura tradicional, e foram realizados três espetáculos inéditos, “A Gente Submersa”, “Rebelião – O Coro de Todos os Santos”, “Um Povo Omitido” – este último contemplado pelo PROAC Editais para Montagem inédita.
Em 2018 lança o livro “Teatro do Incêndio: da Terra ao Território”, apresentando a história do coletivo de sua primeira peça em 1996 até a conquista da sede própria na rua 13 de Maio, 48, no mesmo ano em que foi indicado ao Prêmio Governador do Estado na categoria “Território Cultural”.
Em 2019 monta pela primeira vez um projeto de repertório reencenando 5 de seus espetáculos representativos de sua composição autoral: “São Paulo Surrealista”, “O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica”, “O Santo Dialético”, “A Gente Submersa” e “Rebelião – O Coro de Todos os Santos”. Aos 28 anos de atividades ininterruptas, o grupo estreou em 2022 seu mais recente trabalho autoral e inédito “Águas Queimam na Encruzilhada”, resultado de 15 meses de pesquisa através do projeto “Ave, Bixiga”, contemplado pela 36ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
Em 2023, contemplado pela 41ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo dá início a apresentação de repertório composto inicialmente pelos espetáculos “Pano de Boca” (temporadas nos primeiros semestres de 2023 e 2024) e “Águas Queimam na Encruzilhada” (temporada de 12/01 a 25/03 de 2024).
Durante esses anos de atividades passaram pelo grupo mais de 500 jovens artistas que iniciaram sua trajetória artística e uma estimativa de público de aproximadamente 30.000 pessoas entre espetáculos, encontros, rodas de conversas, debates, oficinas e projetos sociais, excetuando-se jovens artistas recebidos pelo grupo nessa trajetória. A intrínseca relação do coletivo com seu entorno, com a comunidade e a cidade em geral, foi construída através de ações diversas que, somadas a pesquisa estética do grupo, promove a preservação da memória, a formação, a diversidade e a responsabilidade social.
Espetáculos:
2024 – “Águas Queimam na Encruzilhada”, de Marcelo Marcus Fonseca. “Pano de Boca – A Última Leitura”, de Fauzi Arap.
2023 – “Pano de Boca – Um Conserto de Theatro”, de Fauzi Arap.
2022- “Águas Queimam na Encruzilhada”, de Marcelo Marcus Fonseca
2019 – “Apresentação de repertório composto pelos espetáculos: “São Paulo Surrealista”, “O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica”, “O Santo Dialético”, “A Gente Submersa” e “Rebelião – O Coro de Todos os Santos”
2018 - "Um Povo Omitido", de Marcelo Marcus Fonseca. "Rebelião - O Coro de Todos os Santos", de Marcelo Marcus Fonseca.
2017 - "A Gente Submersa", de Marcelo Marcus Fonseca
2016 - "O Santo Dialético", de Marcelo Marcus Fonseca. “Todos os Homens Notáveis”, de Marcelo Marcus Fonseca.
2015 - "Pano de Boca – Um Conserto de Theatro", de Fauzi Arap". “De Dionísio Para Koré", dança-teatro, de Marcelo Marcus Fonseca.
2014 - “O PornoSamba e a Bossa Nova Metafísica”, de Marcelo Marcus Fonseca.
2013-2014 - “São Paulo Surrealista”, de Marcelo Marcus Fonseca.
2013 - “A Baby Sitter”, de Rene de Obaldia. “Baal – o Mito da Carne”, adaptação da obra de Bertolt Brecht. “Fim de Curso”, de Rene de Obaldia.
2012 - “São Paulo Surrealista”, de Marcelo Marcus Fonseca. “São Paulo Surrealista 2: A poesia Feita Espuma”, roteiro de Marcelo Marcus Fonseca.
2011 - “Joana d’Arc – A Virgem de Orleans”, de Schiller.
2010 - “Lição de Botânica”, de Machado de Assis.
2009 - “Na Selva das Cidades”, de Bertolt Brecht.
2008 - “La Ronde”, de Arthur Schnitzler.
2006 - “Todos os Homens Notáveis”, de Marcelo Marcus Fonseca.
2005 - “A Boa Alma de Setsuan”, de Bertolt Brecht.
2003 - "Odile", de Marcelo Marcus Fonseca.
2001 - "Anjos de Guarda", de Zeno Wilde.
2000 - “Beatriz Cenci”, de Antonin Artaud.
1999 - “Salve o Prazer – Assis Valente”, evento promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, com Pascoal da Conceição, Cida Moreira, Renato Borghi, Luís Damasceno, Marat Descartes, Bocato e outros. “Exercício Aeróbico para Padre e Banda – Opus 1999”, de Sade. “A Filosofia na Alcova", de Sade.
1998 - “Chá com Sade”, evento reunindo José Celso Martinez Correa, Jorge Mautner, Iacov Hillel e Eliane Robert de Moraes para discussões e leituras sobre a obra do Marquês de Sade. Leitura Pública da obra “Filosofia na Alcova”. “Brecht 100 Anos”. Sesc Vila Mariana e outras 10 unidades do Sesc do Interior de São Paulo - Espetáculo “Baal - O Mito da Carne”.
1997 - Evento “O Balcão”. Primeira Versão. Com: Zé Celso Martinez Correa, Renato Borghi, Jairo Mattos e outros. “O Balcão”, de Jean Genet. TBC. “Baal – O Mito da Carne” (Teatro Oficina)
1996 - “Baal - O Mito da Carne”, de Bertolt Brecht. (Estreia do grupo no Espaço Projeto Equilíbrio)

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