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Inscrições abertas de 29/09/2014 a 29/08/2015 às 23:59 .

O Programa de ações pretende aprofundar o solo de dança contemporânea e performance “café com leite de rosas”, de Anderson Bandieri. Almejamos 09 (nove) apresentações do solo em 03 (três) espaços: CEU Vila Rubi, Espaço Cultural Humbalada e Espaço dos Artistas. Objetiva-se também o oferecimento de um curso de dança com duração de 09 (nove) meses para 10 (dez) participantes, no CEU Vila Rubi.

Descrição

JUSTIFICATIVA
Desde o primeiro semestre de 2012, sob a orientação dos professores Gaby Imparato, Vera Sala, Otávio Donasci e Samira Borovick que, nas aulas de Performance e nas de Laboratório de Criação, ministradas no curso de Comunicação das Artes do Corpo, começou a se desenhar uma série de explorações nomeadas por Trilogia do Leite, compostas pelos trabalhos: café com leite de rosas, lactofobia e leite derramado. A partir de então, Anderson Bandieri tem oferecido vivências que buscam explorar alguns elementos de composição presentes nestes trabalhos. Utilizando-se do equipamento do CEU Vila Rubi, Anderson começou a ministrar aulas gratuitas aos sábados para alguns integrantes da Cia Palha de Rede e outros convidados, todavia, a evasão dos alunos fez com que a exploração não fosse continuada.

Tendo isso em vista que o atual projeto tenta dar continuidade a uma pesquisa já iniciada, buscando aprofundar uma investigação na estética da fragilidade, da gambiarra, do surto, enquanto uma possibilidade inventiva de fazer surgir outras formas de vida.

Para tanto, o que se destaca neste tipo de projeto é a utilização de duas linguagens pouco exploradas por parte dos grupos da região: a dança contemporânea e a performance. O projeto torna-se relevante à medida que intenciona lidar com alguns modos de composição não muito recorrentes no local, bem como se utiliza de uma esfera de “imersão e ritual”.

Para além da montagem e mostra do espetáculo, o projeto conta com o oferecimento de vivências em dança contemporânea, com a intenção de desenvolver uma metodologia específica de condução apoiado na dança popular e, assim, vislumbrar na ação o surgimento de um grupo – fomentando também a formação de alguns bailarinos da região.

Vale ressaltar o interesse que o projeto tem em viabilizar o diálogo entre algumas danças populares, explorando seus recursos específicos de qualidade de movimento, vocabulário e caminhos espaciais, com alguns recursos de criação em dança contemporânea.


OBJETIVO
Desenvolver e aprofundar o espetáculo solo de Anderson Bandieri, intitulado café com leite de rosas, seguido por uma pequena temporada de (09) nove apresentações gratuitas no CEU Vila Rubi, Espaço Cultural Humbalada e Espaço dos Artistas (Associação Comunitária do Cantinho do Céu). Objetiva-se, também, o oferecimento de uma vivência gratuita em dança com duração de (09) nove meses, ministrada pelo preponente nas dependências do CEU Vila Rubi, para (10) dez dançarinos - interessado em dança, da própria região. A ideia é desenvolver uma metodologia amparada na dança popular e contemporânea, intencionando, se possível, a estruturação de um grupo.

Objetivos Específicos:
* Ocupar espaços culturais (públicos e comunitários);
* Promover a divulgação da dança contemporânea/performance, no distrito do Grajaú;
* Oferecer uma vivência em dança gratuita aos interessados da própria comunidade;
* Buscar o desenvolvimento de uma metodologia de aplicação da vivência, que seja capaz de confluir parte das lógicas de pensamento presente em alguns tipos de dança popular brasileira com a dança contemporânea.


ÁREA DE ATUAÇÃO
“Área 03”, distrito do Grajaú. Linguagem: Dança Contemporânea e Performance.


CONCEPÇÃO DE DRAMATURGIA
Através da necessidade de comunicar acerca dos relacionamentos afetivos que levam à destruição e à potência de morte que foi cunhado o nome café com leite de rosas. Assim como o “café-com-leite”, que, em jogos infantis, acaba sendo usando para indicar àqueles indivíduos que, por algum motivo, não compete todas as regras do jogo, o leite de rosas (produto de beleza à base de álcool, usado para a limpeza da pele), quando misturado ao café, pode levar aquele que o ingere à morte. Para tanto, se tece um paradoxo entre afeto e doçura, agressividade e destruição, tal qual o amor manifestado através de crimes passionais. De posse disso que começou a desenvolver aquilo que o artista nomeou por “corpodosurto”, um corpo que - de tanto repetir algumas sequências de movimento, acaba por alcançar estados de alteração que levam o intérprete a uma quase convulsão. O corpodosurto é um sistema de movimentações estruturado nas repetições, por meio da qual se destaca o accumulation (acumulação e articulação dos movimentos e fragmentos desses movimentos entre si).


ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO
Iluminação. A dificuldade de acesso de se utilizar equipamentos convencionais de iluminação cênica já havia sido um problema enfrentado em outras produções - o que resolvido com a utilização de uma iluminação própria, com as fiações que são visíveis na própria cena e operadas pelos próprios atores durante o fazer teatral. Este trabalho recorre ao mesmo recurso. Luzes dicroicas, LED e fluorescentes serão dispostas do teto até próximo ao chão, de modo irregular, presas por fios e bocais de lâmpada que se ligam à rede de alimentação de energia. Todas se conectam com as extensões elétricas e baterias, podendo ser facilmente transportadas e utilizadas em locais que não possuem energia elétrica. A técnica será feita por um operador de luz, que se encontra dentro da cena. O recurso de operação se dá através da manipulação manual dos próprios interruptores. A luz não irá iluminar somente o corpo do dançarino-performer, mas também iluminará outros lugares do espaço, bem como o público. Além do dançarino-performer, a luz também dança.

Trilha Sonora. “um pernilongo/ zuniu no ouvido/ do Tempo/ dos desatinos”. Esta é uma poesia de autoria de Anderson Bandieri chamada “insetos que visitam Iroko”. O Autor narra que, ao ser atacado por pernilongos durante uma noite, percebeu o quanto estes insetos são sádicos: anunciam que estão por perto e, mesmo que queira a vítima queira, não conseguirá vê-lo ou capturá-lo. Os pernilongos anunciam a sua presença, zoando nos ouvidos de suas vítimas, antes que possa sugar seu sangue. Nesse sentido que a poesia foi escrita, e neste sentido também que a trilha sonora foi pensada: um som de pernilongo, desses que anunciam o seu ataque antes de fazê-lo, que perturba até mesmo a calmaria que habita Iroko, o orixá Tempo, a Grande Árvore. A trilha de “som de pernilongo” permanece durante todo o tempo da cena. Três caixas amplificadas (ou home theater) serão utilizadas para que o som possa criar um ambiente, ou seja, que dê a sensação de que o som percorre pelo local.

Figurino. Roupa inspirada em Iroko, o branco do Orixá Funfun. Pouca roupa, para que possa mostrar melhor o desenho do corpo, dos músculos trabalhando. Roupa que crie um pequeno contraste entre a delicadeza e soberania de Tempo e a o estado de alteração corporal do movimento da dança.

Cenografia. Para que possa trazer o sentimento de imersão no ambiente, é necessário que ele seja parcialmente fechado ou em uma sala que possibilite o maior nível possível de escuridão. Vale também acrescer o uso da máquina de fumaça para poder melhor desenhar o recorte da luz no espaço, bem como dificultar a visualidade.

Odor. O odor é também um recurso de imersão. Por se tratar de um lugar parcialmente fechado, o que possibilita a retenção do odor por determinado tempo, o ambiente será imerso pelo cheiro de café. O café pode ser compreendido pelo significado afetivo, de calor e aconchego. Entretanto, criar-se-á um paradoxo: o cheiro de café (calor e aconchego) em conflito com a movimentação (agitada e agressiva).


VIVÊNCIA EM DANÇA CONTEMPORÂNEA
Os encontros serão ministrados na sala de dança do CEU Vila Rubi. Serão oferecidos dois encontros semanais, cada encontro com a duração de 3h30. O período de duração da vivência abrangerá 09 (nove) meses. As vivências serão conduzidas pelo preponente Anderson Bandieri e servirá também como aquecimento e preparação para o processo de criação que se dará depois do termino das vivências.

As vivências possui uma organização que se repete a cada encontro, visando a assimilação gradual dos assuntos abordados e, conforme a progressão dos meses, serão complexificados e ampliados os exercícios. Nos três primeiros meses intenta-se desenvolver o fortalecimento dos músculos vinculando-os com a respiração, no quarto, a atenção ao alongamento e a estabilização do quadril, e, a partir do quinto mês, a variação entre os níveis, a implementação de quedas e a apresentação de um vocabulário de movimentos.

Ao final do semestre, os participantes ganharão um certificado, informado sobre o tipo de aula, o orientador, a carga horária cumprida e os assuntos trabalhados. Estará aberta a possibilidade de que algum participante venha a integrar o trabalho e pesquisa junto ao preponente do projeto conforme o grau de assiduidade e interesse. Serão admitidos até 10 (dez) participantes.

As vivências serão sequenciais. Em todos os encontros serão feitos uma lista de presença. Para o processo de seleção será requisitado aos interessados uma Carta de Intenção e a necessidade de cumprimento com os seguintes requisitos:

* Disponibilidade para fazer as duas aulas semanais;
* Compreender a faixa de idade dos 18 aos 30 anos;
* Não possuir lesões que possam trazer risco ao praticante;
* Pontualidade nos horários das aulas;
* Necessidade de contato prévio com a dança;
* Será admitida somente uma falta por mês;

Vídeos

Galeria

evento entre e Baixar Planilha

Publicado por

Andrus Santana

Graduando em Comunicação das Artes do Corpo pela PUC-SP (2011-2015) nas linhas de formação em Dança e Performance. Diretor Geral e Coreógrafo da Linha Cruzada Cia de dança (2014). Atual bailarino da Cia Treme Terra (2014). Bailarino e pesquisador de Manifestações Populares Brasileiras, Dança Negra e Dança Contemporânea. Busca problematizar questões sobre Gênero, Brasilidade e Negritude.