Beth Bastos e Núcleo de Pesquisa

O Núcleo de Pesquisa, coordenado por Beth Bastos na Casa Miani, configurou-se em 2014, com artistas oriundos de diversas áreas profissionais, artísticas ou não, que já haviam estabelecido parcerias com Beth Bastos em outros espaços, tendo participado também de residências artísticas promovidas por Beth no Urubu Studio.

Descrição

O Núcleo de Pesquisa, coordenado por Beth Bastos na Casa Miani, configurou-se em 2014, com artistas oriundos de diversas áreas profissionais, artísticas ou não, que já haviam estabelecido parcerias com Beth Bastos em outros espaços, tendo participado também de residências artísticas promovidas por Beth no Urubu Studio. Reunidos em torno do desejo de dar corpo ao corpo, aos desejos, aos silêncios, à escuta, ao espaço, o núcleo trabalha mensalmente por um dia inteiro a partir da condução de Beth Bastos e do atravessamento das linguagens já explicitadas.
Tendo realizado quatro mostras de processos abertas ao público na Casa Miani, com registro fotográfico e de vídeo, sentimos agora a premência de nos alçar a novos espaços e recursos para que a pesquisa possa seguir seu curso natural de aprofundamento.
A diversidade de áreas de atuação profissional dos integrantes do núcleo propicia uma amplitude de reflexão e diálogo de grande valia para o cruzamento de linguagens e de vidas, via corpo e performance. Beth Bastos destaca também a potência de singularidade e frescor que sente em nossos corpos, pela diversidade profissional, etária e de histórias pessoais.

Beth Bastos é mineira, bailarina, professora de dança e coreógrafa, e veio para São Paulo em 1986 a convite de Klauss Vianna, com quem trabalhou e colaborou, por 8 anos, na criação da versão da técnica Klauss Vianna para crianças e adolescentes. Deu continuidade por 25 anos a esse trabalho em São Paulo, dedicado tanto à crianças e adolescentes – uma proposta de educação não formal na dança. Coautora do livro Põe o dedo aqui, projeto contemplado pelo Prêmio Funarte em2007, sobre o processo criativo com crianças e adolescentes na abordagem da técnica e é responsável pela formação de vários bailarinos e professores de arte em São Paulo.
Durante todo esse tempo Beth manteve-se também dando aula para adultos da técnica Klauss Vianna.
Atualmente sua pesquisa é dar continuidade à técnica de Klauss, tanto em suas aulas como em seu trabalho artístico, aliadaà proposta e pensamento da dançarina americana Lisa Nelson, com quem Beth possui uma parceria desde 2009, criando eventos e performances em São Paulo, Belo Horizonte e em Picinguaba, Ubatuba.
O trabalho de Beth hoje é o resultado de um profundo trabalho técnico e sensível da percepção do corpo, da percepção dos sentidos, e sua pesquisa artística é direcionada aos estudos e experiências da composição em dança com o foco no olhar e na imaginação.
Seus últimos trabalhos são verdadeiros respiros de resistência, potentes de poesia e delicadeza, evidenciando seu universo de conhecimento, interesses e sensibilidades na dança, nas artes visuais e na música.
Beth Bastos é formada em Dança Moderna pelo Transforma (1978 – 1982) em Belo Horizonte, Dança clássica pela Royal Academy of London e Dança Contemporânea em Amsterdã e São Paulo (1986 – 2014). Foi membro do Corpo de Baile do Centro Mineiro de Danças Clássicas (1970 – 1978) e da companhia Primeiro Ato em MG (1984–1985).
Participou de cursos com expoentes da educação somática e da dança, nacional e internacional, como Steve Paxton, Katie Duck, Vera Mantero, Lisa Nelson, Daniel Lepkoff, Angel Vianna, Klauss Vianna, Rainner Vianna, Dudude Herrmann, Zélia Monteiro, Tica Lemos, Cristiane Paoli Quito, Rosa Ércoles, Rose Acras, Madalena Bernardes e Helena Katz.
Em São Paulo, estudou e trabalhou com Klauss Vianna por 8 anos, com quem desenvolveu uma estratégia de ensinar dança voltada para crianças e adolescentes. Trabalhou com Zélia Monteiro em projetos de criação e improvisação em torno do pensamento de Klauss Vianna, a saber: Cê vai indo ou vem vindo (1998) e no recente Núcleo de improvisação (2005).
Concebeu e produziu o documentário Movimento expressivo Klauss Vianna, em SãoPaulo (2007).
Dentre seus trabalhos destacam-se: Improvisos (1999),Devaneios do repouso (2001),Der Fisher (2002), Mar (2005), Pequenos humores (2010), Casa (2013), Blind trios (2014), Átimo, estudo nº1 (2015) e Dança, fotografia e arquitetura,estudonº 2 (2015).
Colabora com artistas e diretores de teatro e cinema na preparação corporal e design de movimento.
Dirigiu o espetáculo Pequenos Humores, com estreia no Sesc Pinheiros em janeiro 2010, Sesc Santos em maio de 2010 e no Centro Cultural O Barco em novembro de 2010.
Recebeu o prêmio Funarte de dançaKlaussViannaem2012paradesenvolvera instalação coreográfica Casa, com a participação das bailarinas Dudude Herrmann e Ciça Meirelles, e a orientação artística de Marta Soares, em exposição no Sesc Pinheiros em setembro/outubro de 2013.
Concebeu e atuou como intérprete na instalação coreográfica Átmo, em parceria com o fotógrafo Sandro Miano, e orientação artística de Marta Soares, em cartaz no SESC Pinheirosem julho de 2015. Para esta produção foi criado o vídeoOutono (Proac 2014).
Concebeu e atuou n0 Projeto Dança, fotografia e arquitetura, estudo nº 2, em parceriacom o fotógrafo Sandro Miano e orientação artística da bailarina Marta Soares, em setembro/outubro de 2015, (Proac 2014), inaugurando a Casa Miani – casa modernista dos anos 1960, obra do arquiteto Paulo Mendes da Rocha – como lugar de performance em São Paulo.
É mestre em dança e educação somática e durante 25 anos desenvolveu um método específico sobre processos de criação em dança para crianças e adolescentes. Em 2013 encerrou sua pesquisa didática com o público infantil abrindo suas questões como artista e educadora para formadores e estudantes de dança em São Paulo.
Desenvolve junto à bailarina americana Lisa Nelson uma parceria de estudos e performances sobre a composição, a percepção e o sentido da imaginação, que acontece entre o Brasil e os Estados Unidos.
Idealizadora do Projeto Urubu Studio, um espaço para residências artísticas com o foco nos estudos de percepção em ambientes de natureza, que conta com a consultoria de Lisa Nelson, e em formação de público na praia da Picinguaba, vila de pescadores no litoral norte de São Paulo.
Desenvolve em São Paulo, desde 2006, em parceria com a Sala Crisantempo (onde é professora e coordenadora), um projeto de pesquisa e apoio a bailarinos em suas primeiras criações, dirigindo e dando suporte a pesquisas individuais no formato “coletivo de solos”, que funciona como uma cooperativa de artistas, contribuindo para a formação do pensamento de criação em dança.
Desde 2015 desenvolve a pesquisa do “coletivo de solos” e sua pesquisa individual na casaMiani,comaparticipaçãodemúsicosconvidados,artistasdadançaedeáreas relacionadas à pesquisa, e com a presença do público em ensaios abertos.
Professora na pós-graduação da faculdade de dança Angel Vianna, no Rio de Janeiro, naespecialidade “técnica Klauss Vianna”, em 2014.
Recentemente, participou como artista convidada da instalação coreográfica Seis gritos para o infinito, dirigida por Gabriela Caraffa, no SESC Pinheiros, em setembro de 2017, onde a essência da criação de seu solo se fundamentou no desespero.



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