Taanteatro Companhia

A Taanteatro Companhia foi fundada em 1991, em São Paulo, pela coreógrafa Maura Baiocchi. Ao longo de seus 25 anos de existência produziu mais 50 espetáculos apresentados no Brasil, Alemanha, Argentina, França, EUA, Russia, Japão e Moçambique.

Site: http://www.taanteatro.com/

E-mail: contato@taanteatro.com

Telefone Público: (11) 99909-5060

Descrição

A Taanteatro Companhia é fundada em 1991 em São Paulo pela coreógrafa Maura Baiocchi e por integrantes do Núcleo Taantécnica Butoh. Depois de estudar a dança japonesa de vanguarda butoh com Kazuo Ohno e Min Tanaka entre 1987 e 1989, Baiocchi apresenta seu repertório de solos com considerável impacto midiático em teatros paulistas e atrai um grande número de dançarinos e atores para seu núcleo de formação. A noiva que se assusta vendo a vida aberta e O quadrado que ri são os primeiros espetáculos do núcleo, têm forte influência da dança butoh e se baseam na exploração da mitologia (trans)pessoal dos performers.

Ao longo de sua trajetória reconhecida e premiada nas esferas municipal, estadual e federal, a Taanteatro Companhia atuou no Alemanha, Argentina, Bélgica, EUA, França, Inglaterra, Moçambique e Rússia.

De 1991 a 1992, os conceitos principais do taanteatro – tensão, ent(r)e, pentamusculatura – são formulados em linhas gerais por meio do projeto Taanteatro – Para uma transformação da dança premiado pelas Bolsas Vitae de Arte e Cultura. Simultaneamente e em cooperação com integrantes do núcleo, Baiocchi conclui a dramaturgia de O Livro dos Mortos de Alice, obra inaugural da companhia apresentada em quatro capítulos (um por noite) nos Teatros SESC Pompéia e no Teatro Municipal de Santo André. A criação de O Livro emerge dos processos de preparação, pesquisa e criação próprios do taanteatro – levantamento de mitologia (trans)pessoal, esforço, caminhada, mandala de energia corporal – ao mesmo tempo que promove seu aperfeiçoamento metodológico. A encenação “sequestra” Alice dos espelhos de Lewis Carrol ao labirinto da mitologia grega e os estados liminares entre morte e nascimento do Bardo Todhol e do Livro dos Mortos. Traz, além do trabalho coreográfico coletivo e solista, extensos diálogos e já evidencia uma vocação de exploração de linguagens muito além das particularidades estéticas do butoh.

Paralelamente, Maura Baiocchi estrea no Teatro da Universidade Católica de São Paulo o solo Frida Kahlo: Uma Mulher de Pedra dá Luz à Noite convidado logo a seguir ao Butoh and Related Arts Festival 92 em Bremen/Alemenha. A exploração do universo do butoh atinge seu ápice com a Mostra 95 Butoh e Teatro Pesquisa. Com curadoria de Baiocchi a mostra, executada ao mesmo tempo em São Paulo, Curitiba e Brasília, oferece espetáculos, vídeos, exposições, oficinas e debates e traz pela primeira vez artistas como Min Tanaka, Ko Morubushi e Iwana Masaki ao Brasil. Por ocasião do evento, Baiocchi publica o livro Butoh – Dança Veredas D’Alma.

Desde o período de sua consolidação, a Taanteatro Companhia cria cerca de 50 espetáculos, em sua maioria autorais, inspirados pela vida e obra de artistas e poetas como Frida Kahlo, Florbela Espanca, Lewis Carrol, Antonin Artaud, Comte de Lautréamont, Fernando Pessoa, Robert Walser, George Tabori, Heiner Müller, Friedrich Hölderlin, Samuel Beckett, William Shakespeare e Friedrich Nietzsche.
Realiza também intervenções urbanas e performances em ambientes naturais relacionando vivências e narrativas dos integrantes da companhia com questões sociopolíticas contemporâneas.

Em 1996 o trabalho da companhia toma um novo rumo a partir do estudo da obra de Antonin Artaud. Nesse ano Wolfgang Pannek idealiza e produz em homenagem ao centenário do poeta e teatrólogo francês a mostra internacional Artaud 100 Anos. A programação do projeto realizado no MASP, na Cinemateca, na Rádio USP e no Teatro Sérgio Cardoso conta com leituras, exposições e mostra de filmes. Pannek comissiona ao Teatro Oficina a encenação de Para dar um fim no juízo de deus e convida o coreógrafo e diretor japonês Min Tanaka a encenar A Conquista com elenco brasileiro.

A Taanteatro Companhia participa da mostra com Artaud – onde deus corre com olhos de uma mulher cega, concebido por Baiocchi, e inicia com esse espetáculo os Diálogos (Des)Encantatórios, compostos por Arará – Histórias que os ossos cantam (1997), Cantos de Maldoror (1998/99), Matéria 1ª a 3ª Forma (1998 a 1999).
No mesmo período, encena autores da dramaturgia e literatura mundiais: Homen Branco e Cara Vermelha (1998/99) de George Tabori protagonizado por Lineu Dias, Primeiro Fausto (1999) de Fernando Pessoa com Domingos Nunes e Esperando Godot de Samual Beckett em formato de intervenção urbana (2000).

No ano de 1999, em homenagem ao filósofo e poeta alemão Friedrich Nietzsche, a Taanteatro inaugura o Ciclo Nietzsche, work in progress de uma década que culminaria na encenação de !Zaratustra! em 2009 no Teatro da Caixa DF e no Complexo Funarte Teatro Plínio Marcos em Brasília. O Ciclo Nietzsche desencadeia um processo de colaboração multidisciplinar de mais de uma centena de criadores das áreas de dança, teatro, música, artes plásticas, fashion-design, fotografia, vídeo, antropologia e filosofia. Leva à criação de dezesseis espetáculos, entre solos e obras de médio e grande porte, apresentados no Brasil, Alemanha, Argentina, Estados Unidos e Moçambique: Matéria Estado de Potência (1999), MatériaAmor (1999), MateriaMuerte (2000), Assim Falou Zaratustra – 4ª parte (2001), Solos Nietzsche (2001), !Submerge! (2002), Matéria 4º Estado (2004), Xiphamanine – o eterno originar da árvore Mphama (2005), Máquina Zaratustra (2006/07), A hora mais solitária (2007) e !Zaratustra! (2009).

Desde a sua fundação a Taanteatro Companhia dedica-se concomitantemente à pesquisa, formação e criação artísticas. Difunde o teatro coreográfico de tensões não somente através de suas próprias produções, mas também por meio de oficinas, preparação corporal, assessoria, supervisão, coreografia e direção em cooperação com outras companhias, a televisão, diretores de cinema e universidades. A partir de 2001 a Taanteatro Oficina Residência com realização anual na sede rural da companhia em São Lourenço da Serra atrai participantes do Brasil e do exterior. Fora do contexto das artes performáticas a abordagem taanteatro é também empregada para fins terapêuticos e de criatividade em geral.

Entre os projetos de cooperação, destacam-se Os Sertões do Teatro Oficina (2002 a 2004) onde os diretores realizam a preparação corporal e a coreografia dos espetáculos A Terra, O Homem e O Transhomem (Prêmio APCA/Melhor Espetáculo) e Xiphamanine: eterno originar da árvore mphama, espetáculo coreográfico-musical criado em 2005, a convite do Município da Matola/Moçambique e com co-patrocínio do Ministério da Cultura do Brasil. Xiphamanine resultou de uma oficina-montagem junto à Companhia Municipal de Canto e Dança da Matola. É apresentado no Centro Cultural Banco de Moçambique e no teatro Cine África da capital Maputo e transmitido na íntegra em rede nacional pela TVM (Televisão de Moçambique).

A pesquisa taanteatro, hoje tema de artigos e de dissertações de graduação e pós-graduação, ganha reconhecimento acadêmico em 2006 através do mestrado de Maura Baiocchi intitulado Corpo e comunicação em processo: o princípio tensão na experiência taanteatro. Defendido no departamento de comunicação e semiótica da PUC São Paulo, a dissertação atualizada é publicada no ano seguinte sob o título Taanteatro: teatro coreográfico de tensões dando início a um projeto de publicações artístico-didáticas ampliado em 2011 com o livro Taanteatro – rito de passagem.

Ao longo de duas décadas, o trabalho de pesquisa e criação da Taanteato está presente em temporadas, mostras e festivais em diversos estados brasileiros. Chega à Alemanha, Argentina, Estados Unidos, França, Inglaterra, Japão e, como mencionado, à Moçambique. Nessa trajetória destaca-se o intercâmbio com a Argentina. Desde 1995 a companhia apresenta com frequência espetáculos, oficinas e eventos no país vizinho. Conta com a colaboração de artistas argentinos em várias de suas produções. Em 2011 essa cooperação é coroada pela publicação de Taanteatro – teatro coreográfico de tensiones no Editorial da Universidade Nacional de Córdoba.

No curso de sua história Taanteatro Companhia amplia e aperfeiçoa seu repertório conceitual e metodológico. Entre os conceitos mais recentes figuram o eterno originar, a vontade de tensão, esquizopresença e ecoperformance. Com o intuito de estimular a discussão sobre as relações entre as artes performáticas e o meio ambiente, a companhia funda em 2011 o Fórum de Ecoperformance, evento multidisciplinar de realização anual. Às atividades de difusão que transcendem o trabalho próprio, acrescenta-se ainda a produção de palestras, seminários e exposições de artistas e teóricos convidados como, por exemplo, a Expedição Butoh (2006) da artista-pesquisadora francesa Nourit Masson Sékiné na Fundação Japão São Paulo, a Hans Thies Lehmann Brasil Tour 2010 e Criação, Curadoria, Crítica e palestra da editora teatral inglesa Dorothy Max Prior.

A luta por políticas culturais voltadas ao fomento da dança e das artes cênicas em geral é outro campo de atuação da companhia. Integra desde 2004 o Mobilização Dança, movimento responsável pela implantação da Lei de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo.

Entre seus projetos de grande porte Taanteatro + 15 Anos (2006/07), DAN (2010/11) e Taanteatro 20 Anos (2011/12) são selecionados pelo Programa Municipal de Fomento à Dança para São Paulo. As encenações Máquina Zaratustra, !Zaratustra! e DAN devir ancestral são contempladas pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna. Os espetáculos premiados nesses contextos – Máquina Zaratustra, Frida Kahlo: uma mulher de pedra dá luz à noite, !Zaratustra!, Rit.U, Dan devir ancestral, Máquina Hamlet Fisted e Danças [Im]Puras – são apresentados em temporadas em São Paulo e em festivais diversos em Brasília, Ceará, Goiânia, Espírito Santo e Bahia.

Em 2011 a Taanteatro Companhia completa 20 de existência, pesquisa e criação. Responde à data comemorativa com a ampla e diversificada programação do projeto Taanteatro 20 Anos: reencenação de Máquina Hamlet Fisted e DAN devir ancestral, criação e apresentação de Danças [Im]Puras, NuTAAN 2011/12, mostra de video, Fórum de Ecoperformance, oficinas, palestras.

A programação se estende até o final de 2012. Máquina Hamlet Fisted é eleito Melhor Espetáculo de Dança 2011 pela enquete do Guia da Folha de S. Paulo. O SESC Ipiranga organiza o Ciclo Taanteatro. A companhia participa ainda do 1º Festival Internacional de Arte de Brasília, dos Repertórios Coreográficos do SESC Ipiranga, do Festival Vivadança em Salvador/Bahia, da III Plataforma Estado de Dança e da Mostra do Fomento na Galeria Olido, além de realizar apresentações nos teatros Espaço Cariris, O Lugar, Satyros, Galeria Olido, CEU Perus, Coletivo e Sérgio Cardoso.

Na Argentina a Taanteatro Companhia coproduz o projeto Misturas realizado no Cabildo Histórico, coordena as oficinas na Universidade de Córdoba e no Centro Cultural Heitor Tizon em San Salvador de Jujuy. Encerra suas atividades de 2012 com a oficina Butoh-Ohno no Barn em Tivoli/Nova Iorque.

Em 2013 inicia o NuTAAN Córdoba na Argentina sob coordenação de Rodolfo Ossés. Realiza oficinas e apresentações no espaço La Caracola em Córdoba Argentina e no Theater Nuage Fou em Freiburg/Alemanha, além fazer assessoria artística do espetáculo Partida de Ariana Andreoli. No mesmo ano encena o espetáculo Androgyne – Sagração do Fogo com Alda Maria Abreu, contemplado pelos Prêmios Denilto Gomes, APCA e Funarte de Dança Klauss Vianna. Lança o livro Taanteatro – MAE Mandala de Energia Corporal.

Em 2014 a companhia apresenta Androgyne no Circuito Cultural Paulista, no Teatro Sérgio Cardoso, bem como em Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Palmas e Goiânia. Nas capitais de Tocantins e Goiás apresenta também DAN devir ancestral. O projeto TRANS é contemplado pelo Programa Municipal de Fomento à Dança para São Paulo. O espetáculo solo homônimo da Maura Baiocchi é apresentado na Europa (Petersburgo, Paris, Bruxelas).

Em 2015 encena o projeto cARTAUDgrafia, trilogia sobre obra e vida de Antonin Artaud (1896 a 1948), no Circuito São Paulo de Cultura nos teatros Flávio Império, Martins Penna e Alfredo Mesquita; em temporadas no Teatro Viga e no Espaço Cênico O LUGAR; e em apresentações no Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo (CRDSP) e no Centro Cultural São Paulo. Também apresenta o espetáculo Androgyne em curtas temporadas no Espaço Cênico O LUGAR e CRDSP; no FESTIVAL ABCDança, Teatro Clara Nunes, e na 9a Edição da Mostra do Fomento à Dança, Galeria Olido. O espetáculo Trans em curta temporada no Espaço Cênico O LUGAR e CRDSP; e apresentação no Alberta #3 Night Club. Além do projeto Pensamentos em Performance, série de palestras e debates gratuitos com artistas e pesquisadores convidados: o poeta e tradutor Cláudio Willer, os filósofos Luiz B. L. Orlandi e Peter Pál Pelbart.

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Maura Baiocchi

Maura Baiocchi (São Paulo/SP) é atriz, diretora, coreógrafa e pesquisadora. Fundadora da Taanteatro Companhia.